quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ainda penso nela


é claro que sinto saudade
quando estou no canto esquerdo daquela janela.
não raro me vejo à espera
de reviver um romance da minha mocidade.

de um lado, ela vinha
[sozinha,
com seu aspecto hábil, primitivo no feminino.
de outro, estávamos
[juntos,
com nosso instinto, idiossincrasia conjugal.

é saudade, claro que é!
"a mulher não nasce mulher, torna-se mulher"
quantas vezes me falou isso ao pé do ouvido.

fomos felizes.
creio que, por ela, ainda sou feliz.

e, por isso, que
[naquela janela,
está a saudade de uma antiga namorada:
Simone de Beauvoir.

Gabriel Borges

o tempo não a tirou de mim.

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